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Meu Filho Precisa de Cirurgia no Coração: E Agora?

  • Foto do escritor: Dr. Paulo Prates Cirurgia Cardiovascular
    Dr. Paulo Prates Cirurgia Cardiovascular
  • 11 de jul.
  • 5 min de leitura

Receber a notícia de que seu filho vai precisar de uma cirurgia no coração não é nada fácil. Eu sei que, nessa hora, surgem muitas dúvidas e medos. Mas ter informação faz toda a diferença.

Por isso, neste artigo, explico de forma clara o que você precisa saber sobre a cirurgia cardíaca pediátrica — quando é indicada, como é feita, quais são os riscos, como é o pós-operatório e como você, como pai ou mãe, pode se preparar para esse momento.



O Que Significa Quando Dizem Que Seu Filho Precisa de Cirurgia no Coração?

Significa que foi identificada uma cardiopatia congênita — uma alteração na estrutura ou funcionamento do coração que está presente desde o nascimento — e que o tratamento ideal, ou até mesmo indispensável, envolve intervenção cirúrgica.

Nem toda cardiopatia exige cirurgia imediata. Mas quando o médico indica esse caminho, é porque os benefícios superam os riscos e a cirurgia é a melhor chance de seu filho levar uma vida saudável.



Por Que Algumas Crianças Precisam Operar o Coração?

As causas podem variar. Algumas crianças nascem com pequenos defeitos que se fecham sozinhos. Outras têm malformações mais complexas. Algumas das principais condições que exigem cirurgia são:

  • Comunicação Interventricular (CIV)

  • Comunicação Interatrial (CIA)

  • Tetralogia de Fallot

  • Transposição das grandes artérias

  • Coarctação da aorta

  • Atresia tricúspide

  • Persistência do canal arterial

Em alguns casos, a cirurgia precisa ser feita logo após o nascimento. Em outros, ela é programada para meses ou anos depois, conforme o desenvolvimento da criança.



Como Funciona o Diagnóstico?

O diagnóstico pode acontecer:

  • No pré-natal, com ultrassom morfológico e ecocardiograma fetal.

  • Ao nascimento, por meio de exames de rotina ou sinais clínicos.

  • Na infância, quando há sintomas como cansaço excessivo, dificuldade para ganhar peso, coloração arroxeada (cianose) ou sopro cardíaco.

Se o médico pediu exames como ecocardiograma, raio-X de tórax ou cateterismo diagnóstico, é para entender exatamente o tipo e gravidade da cardiopatia.



A Primeira Reação dos Pais: Medo, Dúvida, Culpa

É absolutamente esperado. 

Você pode se perguntar:

  • “O que eu fiz de errado?”

  • “Por que isso aconteceu com meu filho?”

  • “Ele vai sobreviver?”

  • “Vai ficar com sequelas?”

Mas saiba: a maioria das cardiopatias não tem relação com algo que você fez ou deixou de fazer. O coração é o primeiro órgão a se desenvolver e já está quase totalmente formado nas primeiras semanas de gestação. A complexidade do coração, junto com a velocidade com que ele se desenvolve, pode levar a variações anatômicas que, em alguns casos, vão precisar de cirurgia.

Por outro lado, é importante saber que fatores como fumo, álcool, uso de medicamentos, algumas doenças infecciosas e drogas ilícitas na gestação podem aumentar o risco de malformações cardíacas.

Sim — com o tratamento certo, a grande maioria das crianças pode ter uma vida plena, ativa e saudável.



Como É Uma Cirurgia Cardíaca em Crianças?

Depende do tipo de cardiopatia, idade da criança e complexidade do procedimento. Mas de forma geral, as etapas são:

  1. Internação pré-operatória: alguns dias antes da cirurgia para exames finais e preparação.

  2. Anestesia geral: a criança dorme profundamente e não sente dor.

  3. Cirurgia: muitas vezes com circulação extracorpórea (máquina coração-pulmão).

  4. Correção do defeito: pode ser fechamento de orifícios, troca de válvulas, ampliação de vasos, entre outros.

  5. Pós-operatório em UTI pediátrica: monitoramento intensivo nos primeiros dias.

  6. Alta hospitalar e acompanhamento ambulatorial.

Cirurgias simples podem durar entre 2 e 4 horas. As mais complexas podem durar 6, 8 ou até 10 horas.



Quais São os Riscos Envolvidos?

Todo procedimento cirúrgico tem riscos — ainda mais em bebês e crianças. Mas, em centros especializados, os índices de sucesso são muito altos.

Riscos possíveis incluem:

  • Sangramentos

  • Infecções

  • Arritmias

  • Necessidade de nova cirurgia

  • Complicações respiratórias ou neurológicas (mais raras)

Por isso, é essencial escolher um centro de referência em cirurgia cardíaca pediátrica, com equipe multidisciplinar especializada.



O Papel dos Pais no Pré e Pós-Operatório

Seu apoio é mais importante do que qualquer equipamento médico.

Você pode ajudar:

No pré-operatório:

  • Evitando transmitir ansiedade

  • Explicando o que vai acontecer (de forma lúdica, se a criança tiver idade)

  • Ajudando a manter o jejum e os cuidados indicados

No pós-operatório:

  • Estando presente na UTI (quando permitido)

  • Auxiliando na medicação e alimentação

  • Seguindo as orientações da equipe

  • Acompanhando as consultas e exames de controle



E Se Eu Não Quiser Operar? Posso Esperar?

Em algumas cardiopatias, o tempo é decisivo. Adiar pode significar agravamento do quadro, prejuízo ao desenvolvimento ou risco de morte.

Confie na equipe médica. Pergunte, peça uma segunda opinião se desejar, mas não negligencie a urgência da indicação cirúrgica.



Como Saber se a Cirurgia Foi Bem-Sucedida?

Além do parecer da equipe, os sinais são claros:

  • Melhora no ganho de peso

  • Redução de sintomas (cansaço, cianose, sudorese)

  • Exames com parâmetros normalizados

  • Desenvolvimento motor e cognitivo adequado

Lembre-se: mesmo após uma cirurgia bem-sucedida, o acompanhamento deve continuar por anos.



Histórias Reais de Superação

💬 “Meu filho nasceu com uma cardiopatia grave. Foi operado com apenas 12 dias de vida. Hoje, com 3 anos, corre, brinca e vai ao pediatra só para checar se está tudo bem.”

💬 “O diagnóstico no pré-natal foi um choque, mas a equipe nos tranquilizou. Fizemos acompanhamento desde a gestação e a cirurgia foi um sucesso.”

Essas histórias são reais e mostram o quanto a medicina avançou.



Avanços na Cirurgia Cardíaca Pediátrica

Nos últimos 20 anos, a evolução foi imensa:

  • Técnicas menos invasivas

  • Equipamentos modernos de circulação extracorpórea

  • Monitoramento neurológico intraoperatório

  • Uso de impressoras 3D para estudar o coração antes da cirurgia

O futuro já está aqui — e salva vidas todos os dias.



Checklist: O Que Perguntar ao Cirurgião

  1. Qual é exatamente o defeito no coração do meu filho?

  2. A cirurgia é urgente?

  3. Quais os riscos e benefícios do procedimento?

  4. Qual é a experiência da equipe com esse tipo de cirurgia?

  5. Como será o pós-operatório?

  6. Meu filho terá sequelas ou restrições?

  7. Quais os cuidados em casa depois da alta?



Conclusão: O Medo Vai Passar. O Amor Permanece.

Você não está sozinho. Centenas de famílias vivem essa jornada todos os anos — e saem dela ainda mais fortes.

A cirurgia cardíaca em crianças salva vidas. Com o diagnóstico precoce, cirurgia no tempo certo e apoio dos pais, a maioria das crianças se recupera muito bem e pode ter uma infância plena.

Informação é sua melhor aliada.



Perguntas e Respostas Frequentes (FAQ)

1. Cirurgia cardíaca infantil é muito arriscada? Todo procedimento tem riscos, mas em centros especializados o índice de sucesso ultrapassa 90%, mesmo nos casos mais complexos.

2. É possível operar bebês recém-nascidos? Sim. Algumas cardiopatias exigem cirurgia nas primeiras semanas de vida. A medicina está preparada para isso.

3. Meu filho vai precisar de outra cirurgia no futuro? Depende da cardiopatia. Algumas cirurgias resolvem o problema definitivamente, outras exigem acompanhamento e possíveis reintervenções.

4. A criança pode ter vida normal depois da cirurgia? Na maioria dos casos, sim. Com acompanhamento médico e cuidados adequados, é possível praticar esportes, estudar e se desenvolver plenamente.

5. Onde posso buscar apoio emocional como pai ou mãe? Há grupos de apoio, associações de pais, psicólogos especializados e comunidades online que acolhem famílias em situações similares.


 
 
 

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