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Coração e Qualidade de Vida: Como a Cirurgia Pode Fazer Diferença

  • Foto do escritor: Dr. Paulo Prates Cirurgia Cardiovascular
    Dr. Paulo Prates Cirurgia Cardiovascular
  • há 5 dias
  • 4 min de leitura

Quando falo em cirurgia do coração, a maioria das pessoas pensa logo em riscos, cortes, internação, UTI. E tudo isso, de fato, faz parte do processo. Mas existe um lado que nem sempre é discutido com a mesma ênfase — e que eu, Dr. Paulo Prates, faço questão de abordar com todos os meus pacientes: a melhora significativa na qualidade de vida após a cirurgia cardíaca.

Hoje, quero conversar com você sobre como a cirurgia pode transformar não só o funcionamento do coração, mas também a forma como o paciente vive, respira, caminha, dorme, sente e até se relaciona.

Vamos desmistificar esse processo e entender, com profundidade, por que em muitos casos a cirurgia cardíaca é o caminho para voltar a viver — de verdade.



O Que Significa Qualidade de Vida?

Antes de falarmos sobre cirurgia, precisamos entender o conceito de qualidade de vida. E não estou falando apenas de viver mais tempo, mas de viver bem.

Na prática clínica, vejo todos os dias pacientes com:

  • Falta de ar ao subir poucos degraus

  • Cansaço extremo ao caminhar até o mercado

  • Dores no peito que limitam a rotina

  • Ansiedade constante por medo de ter um infarto

  • Dependência de outras pessoas para atividades simples

A qualidade de vida envolve autonomia, bem-estar físico e emocional, capacidade funcional e esperança no futuro.

E é justamente esse conjunto que a cirurgia cardíaca pode ajudar a restaurar.



Quando a Cirurgia Entra em Cena

Eu, Dr. Paulo Prates, não defendo a cirurgia como solução universal. Sempre avalio todas as opções: mudanças no estilo de vida, medicamentos, cateterismos, reabilitação. Mas há momentos em que o tratamento cirúrgico é a única forma de impedir a piora progressiva da doença cardíaca — e de devolver ao paciente uma vida ativa e segura.

As situações mais comuns incluem:

  • Obstrução grave das artérias coronárias (risco de infarto)

  • Estenose ou insuficiência valvar com sintomas (falta de ar, cansaço, tonturas)

  • Aneurismas com risco de ruptura

  • Doenças cardíacas congênitas não corrigidas

  • Fibrilação atrial com repercussões clínicas associadas

E nesses casos, a cirurgia não é apenas sobre o coração — é sobre o que o paciente pode voltar a fazer depois dela.



O Cansaço Que Você Achava Que Era da Idade Pode Ser do Coração

Quantas vezes eu ouvi no consultório frases como:

“Doutor, achei que esse cansaço era normal pra minha idade.” “Achei que ficar sem fôlego era coisa da pressão alta.” “Achei que o desânimo era emocional.”

E muitas vezes, não era nada disso. Era o coração pedindo ajuda.

Quando existe uma valvulopatia importante, uma obstrução nas coronárias ou um problema estrutural no coração, o corpo inteiro sente. A oxigenação diminui, o cérebro responde com cansaço, o sistema músculo-esquelético enfraquece, e a pessoa passa a viver em “modo econômico”.

Ao corrigir essa disfunção com cirurgia, é como se o corpo voltasse a ter energia. E isso muda tudo.



E o Medo da Cirurgia? É Justificado?

Sim, é legítimo. Mas não deve ser paralisante.

Como cirurgião cardiovascular, eu nunca ignoro o medo de um paciente. Pelo contrário: convido para conversarmos sobre ele. E mostro que, com os avanços atuais:

  • A maioria das cirurgias tem altíssimas taxas de sucesso

  • O tempo de UTI é cada vez menor

  • As cicatrizes são menores (e em alguns casos, nem são necessárias com técnicas transcateter)

  • O retorno à rotina pode acontecer em poucas semanas

  • A chance de melhora na qualidade de vida é muito significativa

O medo deve ser um convite ao diálogo — não à inércia.



A Cirurgia Não Garante Imortalidade. Mas Pode Oferecer Algo Muito Importante: Liberdade

Gosto de dizer que a cirurgia cardíaca não é uma promessa de vida eterna, mas pode ser uma porta para mais tempo com dignidade, com mobilidade e com autonomia.

E, às vezes, isso é tudo o que um paciente quer:

  • Conseguir ir ao supermercado sozinho

  • Não precisar de oxigênio ao caminhar

  • Dormir uma noite inteira sem acordar ofegante

  • Voltar a viajar

  • Acompanhar o crescimento dos netos

Essas pequenas grandes vitórias são, muitas vezes, mais valiosas do que qualquer número de anos.



E Depois da Cirurgia? O Que Esperar da Qualidade de Vida no Pós-Operatório

Os primeiros dias são de recuperação física. Mas, com o acompanhamento certo, a evolução costuma ser rápida.

O que os pacientes relatam com frequência após o período inicial:

  • Mais disposição ao acordar

  • Menos fadiga ao realizar tarefas comuns

  • Capacidade de voltar a caminhar, fazer exercícios leves

  • Redução ou desaparecimento da dor no peito

  • Sono de melhor qualidade

  • Mais confiança emocional

E isso reflete em todos os aspectos da vida — trabalho, lazer, relações familiares e autoestima.



A Importância da Reabilitação Cardiovascular

A cirurgia é apenas o primeiro passo. A reabilitação faz parte do processo de restauração da qualidade de vida.

Por isso, sempre recomendo que o paciente siga com:

  • Fisioterapia motora e respiratória

  • Exercícios supervisionados

  • Reeducação alimentar

  • Apoio psicológico (quando necessário)

  • Consultas periódicas com o cardiologista

Esse conjunto é o que sustenta os bons resultados da cirurgia.



Cuidar do Coração é Cuidar da Vida Toda

A decisão por uma cirurgia cardíaca deve ser feita com cuidado, informação e diálogo. Não é uma escolha simples. Mas, quando bem indicada, bem executada e bem acompanhada, ela pode mudar tudo.

Eu, Dr. Paulo Prates, tenho orgulho de ver meus pacientes voltarem à rotina com autonomia, de acompanhar suas conquistas pós-operatórias e de saber que, de alguma forma, ajudei a reabrir portas que estavam se fechando.

A medicina existe para preservar a vida. Mas também para recuperar o prazer de vivê-la.



Perguntas Frequentes sobre Cirurgia Cardíaca e Qualidade de Vida

1. Toda cirurgia cardíaca melhora a qualidade de vida?

Não necessariamente. Depende da indicação, do momento da doença e do estado geral do paciente. Por isso, a avaliação deve ser individualizada.

2. A melhora é imediata após a cirurgia?

Em muitos casos, os primeiros benefícios aparecem nas primeiras semanas. Outros pacientes percebem ganhos ao longo de meses, com a ajuda da reabilitação.

3. A cirurgia pode eliminar completamente os sintomas?

Em muitos casos sim. Em outros, os sintomas diminuem bastante, mesmo que não desapareçam totalmente. O mais importante é o impacto funcional.

4. Quanto tempo leva para voltar a trabalhar?

Depende da cirurgia e da atividade profissional. Em média, de 30 a 90 dias, com liberação progressiva conforme evolução.

5. Idosos também têm benefício na qualidade de vida?

Sim. Cirurgias em idosos devem ser bem avaliadas, mas quando bem indicadas, oferecem benefícios muito significativos — inclusive emocionais.


 
 
 

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